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Programa de Residências Artísticas na Casa Duna

Arte - Filosofia - Teatro - Museologia - Geologia - Capitaloceno
 

Não trabalhamos sobre a erosão na perspectiva da destruição pela negatividade, e sim com ela, criando a partir desse encontro e os agenciamentos locais que ele participa. Entendemos que a erosão produz uma experiência sensível intensa e interessante ao campo da arte e aos estudos culturais e ambientais. A erosão vem crescendo nas últimas décadas com o desvio de mais de 70% do volume do rio Paraíba do Sul para o abastecimento das grandes cidades e indústrias de MG, SP e RJ. Existem decisões políticas que produzem “zonas de sacrifício” no modus operandi de um projeto de desenvolvimento neoliberal, extrativista e colonial que produz desastres. Junto com esse processo, uma série de modos de vida vão sendo sistematicamente alterados.

 

Para além da espetacularização da catástrofe, entendemos Atafona como um museu a céu aberto em perpétuo processo de recriação, onde os limites entre o que é destruição humana e o que é processo geológico são erodidos. Natureza e cultura se misturam e se agenciam no diálogo e na escuta do cotidiano. Também opera como um espelho quebrado de nossa civilização e como um sinal do passado e do presente para criarmos novos imaginários e práticas de futuro

Proposta do programa CAOS / CAIS / COSMOS

Nesta residência, em parceria com o artista multi mídias Daniel Toledo, vamos retomar a noção “apocalipopótese” formulada por Hélio Oiticica e Rogério Duarte como mote para um evento/performance realizado em 1968 e que contou com a participação de Antonio Manuel e Lygia Pape. “Contato grupal coletivo: não imposição de uma ‘ideia estética grupal’, mas experiência de grupo aberto num contato coletivo direto”. Escreve Oiticica sobre a “apocalipopótese”, a palavra faz referência à anunciação do apocalipse bíblico de João, mas na reflexão de Oiticica o conteúdo messiânco do apocalipse é neutralizado, mantendo-se a ideia do anúncio de um evento imponderável, segundo ele, seria um chamado para que os/as artistas/participantes admitissem “a direta interferência do imponderável" e abertos “ao comportamento coletivo-casual-momentâneo”. Uma celebração do presente e não o anúncio do fim. Atafona já foi chamada de “praia do apocalipse” e é comum encontrarmos passagens do texto bíblico de João entre as ruínas da praia anunciando o retorno de Jesus. Reportagens sensacionalistas são publicadas a cada novo edifício que desaba no mar, essas narrativas do fim tendem a apagar as intensas vivências que ocorrem hoje em Atafona e também a memória e a cultura local, dando ênfase apenas ao “espetáculo da catástrofe” e nublando a reflexão ambiental crítica. Não se trata de negar a realidade do “colapso ambiental" em curso, mas de convidar artistas a imaginar e vivenciar no presente “outros mundos” para além da estrutura capitalista/colonial que desaba sob nossos pés. 

 

"Aqui tudo parece que é ainda construção e já é ruína."

2023 - Programa CasaDuna aberta  

Mariana Moraes e Joana Zein

Fernanda Branco

Agosto de 2019 - Residência CasaDuna e Escola Sem Sítio 

Julho de 2019 - Coletivo Liquida Ação 

Intervenção Urbana:"PAISAGENS INTER-URBANAS" em São João da Barra

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Com Eloisa Brantes, Mauricio Lima e Thaís Chilinque

Maio de 2019 - Foco Grafite 

Intervenções das jovens grafiteiras

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Com Ana Clara Ferreira, Rachel Dias e Maria Clara Tecidio

Residência internacional em parceria com projeto Antropoarte (UENF)

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Com 2Shy

November 2018 - Visual Erosions 

Curators: Andrés Hernández, Julia Naidin e Fernando Codeço

Danilo García

Victor Santana

Anjo Amauri

Jéssica Felipe

Mariah Leal

August 2018 

Carol Cony

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May 2018 

 Janeiro 2018 

 Dezembro 2017 

 Agosto 2017 

 Julho  2017 

Residência artística com as artistas Mariana Moraes e Débora Rebel, com oficinas e intervenções na cidade.

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